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Combatendo o burnout - Parte 2



Este post é seguimento do post “Combatendo Burnout - Parte 1”. Se você não leu a primeira parte, é fundamental que o faça, para o seguimento correto das atividades.


Análise os resultados da pesquisa


Primeiro, é importante que você separe um tempo para analisar com calma as respostas. Há muitos termos ou situações repetidas? Alguma similaridade que pode ser notada nas respostas? Alguma correlação perceptível?


Depois, separe as pessoas que:

  • Responderam com 3 ou mais nas perguntas:

    • Quantos dias você se sentiu sobrecarregado/sobrecarregada em uma escala de 1 a 5? (1 mais baixo, 5 mais alta);

    • Quantos dias você trabalhou mais tarde do que deveria?

    • Quantos dias você respondeu e-mails depois de horas de tê-los recebido?


  • Responderam com 3 ou menos nas perguntas:

    • Quão efetivo/efetiva você se sentiu, em uma escala de 1 a 5?

    • Quão produtivo/produtiva você se sentiu, em uma escala de 1 a 5?

    • Quanta diversão você teve, em uma escala de 1 a 5?”


Estas pessoas podem estar se sentindo sobrecarregada ou com sobrecarga de trabalho, e podem estar caminhando para um cenário de burnout, se já não estiverem.


Primeiras ações


Com as pessoas relacionadas na etapa anterior, marque reuniões 1:1 o mais breve possível. O foco deve ser entender as situações e experiências que estão as levando ao cenário de sobrecarga, e entender se há algo que você, como liderança, pode fazer de imediato.


Procure entender também se os projetos e atividades nas quais estão envolvidos estão indo no rumo que deveriam, e busque alternativas para você, como liderança, apoiar para que essas frentes de trabalho possam ocorrer de forma mais tranquila. O simples fato de se colocar à disposição e se mostrar genuinamente preocupado e disponível já são ações poderosas para pessoas que estão sob situação de grande estresse.


Organização do tempo


Um dos maiores efeitos colaterais da pandemia foi o incremento de reuniões. De acordo com HBR, nos EUA elas aumentaram em média 13% nos últimos dois anos.


Vamos falar em outra postagem sobre a efetividade de reuniões em si, porém, um dos pontos mais importantes é definir o objetivo de uma reunião: é uma reunião de tomada de decisão, ou uma reunião de trabalho e construção de conceito? Qual o entregável da reunião? Sem essa clareza, o mais provável é que aquela reunião ainda não deveria existir.


Todo o excesso de reuniões, muitas delas improdutivas, tira o tempo de produção da equipe, que gera mais estresse e horas adicionais de trabalho para entregar aquilo que foi prometido.


Portanto, uma das ações mas fundamentais que um líder pode fazer a curto prazo é revisar as reuniões, em especial as recorrentes, e entender a pertinência de cada uma delas. Cuide apenas para não fazer isso de forma abrupta, ou mesmo para cancelar reuniões que promovem a aproximação da equipe, pois essas são fundamentais para a formação do espírito de equipe.


Se, mesmo assim, ainda houver um volume grande de reuniões recorrentes no calendário das equipes, tente reduzir 15 minutos de cada uma delas, permitindo que as pessoas possam respirar e ter uma pausa entre os encontros.


Ainda, uma alternativa é bloquear um tempo para trabalhar, e ser comprometido com este intervalo de tempo, não permitindo reuniões neste momento.


Reconheça as pequenas vitórias das pessoas


Uma das técnicas de alívio à pressão e sobrecarga é o reconhecimento das pessoas por pequenas vitórias e conquistas. Esta demonstração de gratidão, quando genuína, aumenta a performance do time, além de criar uma estrutura mais coesa entre as pessoas da equipe.


Para isso, escreva e-mails breves reconhecendo uma conquista de uma pessoa, e demonstrando sua gratidão por aquilo ter acontecido, e como aquilo causou algo positivo nas pessoas e na empresa. Caso prefira, e seja parte da cultura da sua empresa, pode incluir esses momentos em reuniões com a equipe, de forma verbal.


Preste atenção para encontrar as vitórias e conquistas em todas as pessoas da sua equipe, para não criar um sentimento de favoritismo ou excluir ninguém deste movimento. Se te ajudar, crie lembretes para avaliar essas atividades semanalmente.


Trabalhe objetivos de curto prazo com as pessoas


Diferente de uma visão de Plano de Desenvolvimento Individual - PDI - ou mesmo uma OKR, neste caso a ideia é trabalhar pequenos pontos de prazo de até uma semana.


Durante encontros com os times, comece você mesmo, como liderança, listando um objetivo que busca cumprir naquela semana. Em adição a isso, liste até três barreiras que podem te impedir de cumprir esse objetivo, e como você pretende resolver isso.


Quando você estabelece o exemplo, a equipe tende a seguir seu exemplo e fazer o mesmo. Com vários pequenos objetivos, com proposições de soluções de potenciais barreiras, começa a ser criado um sentimento de pequenas vitórias, pequenos avanços, que com o tempo se tornam um sentimento forte de evolução e movimentação.


Reinicie o ciclo


Estes são exemplos de ações, dentre muitas outras, que podem ser seguidas. Nosso objetivo é reduzir o impacto do burnout, porém pode ser uma situação mais crítica, que demande um profissional especialista para resolução.


Contudo, essas ações tendem a criar um clima menos pesado, bem como eliminar ineficiências que podem estar segurando o desempenho do seu time, e criando foco de potenciais burnouts.


Mesmo com as ações listadas acima, é fundamental repetir o ciclo de diagnóstico de tempos em tempos, para se certificar que o caminho adotado está surtindo o efeito esperado. E nunca esquecer da responsabilidade, como liderança, de buscar estar próximo da equipe para garantir um equilíbrio entre resultado e bem-estar das pessoas.




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