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Combatendo o burnout - Parte 1



O que é a Síndrome de Burnout


Se analisarmos o perfil das gerações do último século (1920 - 2020), temos alguns marcos importantes que definiram os comportamentos de cada fase: as duas Guerras Mundiais, a Guerra Fria, as crises políticas e econômicas (mísseis de Cuba, petróleo, fim da União Soviética), avanços tecnológicos (rádio, televisão, computador), entre muitos outros. Porém, definitivamente, nenhum avanço causou tão profundo impacto em uma geração quanto a criação e expansão da internet.


Enquanto em outras gerações, as mudanças eram mais lentas, de difícil disseminação, a internet provocou um degrau geracional entre a Geração X e a Geração Y (Millenials). Além de um processo acelerado de globalização, a disseminação de informações e conhecimento tomou proporções até então inimaginadas. Já a geração seguinte, a Geração Z, que nasceu totalmente digitalizada e com o advento do smartphone, tornou mais discrepante a distância e o perfil entre as gerações anteriores. Porém, tudo isso vem a um custo.


Gerações anteriores conseguiam definir com mais clareza os limites entre trabalho e vida pessoa, e até mesmo conseguiam apreciar com mais plenitude o momento, porém as gerações Y e Z vivem em mundo onde o compartilhamento é a base para a vivência em comunidade, e que a informação é trafegada instantaneamente, fazendo a própria concepção de tempo fosse interpretada de forma distinta.


Assim como a evolução dos benefícios desta nova era de informação foi rápida, os efeitos colaterais também rapidamente ganham espaço no nosso cotidiano: nunca tivemos pessoas tão ansiosas, que estão relacionadas a distúrbios como depressão, síndrome do pânico e outros.


No ambiente de trabalho, surge uma síndrome até então não ouvida: Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional.


De acordo com o Ministério da Saúde: “é um disturbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. Esta síndrome é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros.”

Seus sintomas são diversos, e podem ser confundidos com outras doenças, o que dificultam seu diagnóstico. Alguns exemplos de sintomas:

  • Cansaço excessivo, físico e mental.

  • Dor de cabeça frequente.

  • Alterações no apetite.

  • Insônia.

  • Dificuldades de concentração.

  • Sentimentos de fracasso e insegurança.

  • Negatividade constante.

  • Sentimentos de derrota e desesperança.

  • Sentimentos de incompetência.

  • Alterações repentinas de humor.

  • Isolamento.

  • Fadiga.

  • Pressão alta.

  • Dores musculares.

  • Problemas gastrointestinais.

  • Alteração nos batimentos cardíacos.

O cenário de pandemia acelerou o processo de burnout nos times. Os atuais líderes, portanto, devem compreender esse cenário e se prepararem para diagnosticar e trabalhar esses casos, pois na maioria dos casos a solução está em ações de ajustes na rotina das pessoas.


Diagnóstico


Para agir em cima de um problema, é preciso conhecê-lo e tentar mensurá-lo da melhor maneira possível. Neste sentido, um bom método inicial uma pesquisa com sua equipe.


Com base em um estudo publicado pela HBR, que usou como fundamento o livro “The Burnout Epidemic” de Jennifer Moss, sugere-se a aplicação de um breve questionário com as equipes.


A primeira parte prevê uma explicação do contexto da pesquisa, que pode ser um breve texto por e-mail (ou o canal de comunicação que a empresa utiliza), usando como base este trecho:


“A pandemia acelerou o sentimento de estresse que todos sentimos no dia a dia de trabalho nos últimos anos. Por isso, eu gostaria de avaliar com vocês como vocês estão se sentindo, e se há algo que eu possa fazer para ajudar a mitigar os sentimentos de esgotamento. Por favor, responda as questões até o final da semana, e sintam-se livre para colocar informações adicionais que possam dar mais contexto às respostas. E, por favor, sejam honestos, porque o objetivo é me ajudar a encontrar alternativas para melhorar a situação, e não punir ou julgar alguém. Tudo que vocês disserem será mantido em sigilo”.


Após o texto, envie as seguintes perguntas:


“Nas últimas semanas…

  1. Quantos dias você se sentiu sobrecarregado/sobrecarregada em uma escala de 1 a 5? (1 mais baixo, 5 mais alta);

  2. Quantos dias você trabalhou mais tarde do que deveria?

  3. Quantos dias você respondeu e-mails depois de horas de tê-los recebido?

  4. Quão efetivo/efetiva você se sentiu, em uma escala de 1 a 5?

  5. Quão produtivo/produtiva você se sentiu, em uma escala de 1 a 5?

  6. Quanta diversão você teve, em uma escala de 1 a 5?”


Anote as respostas que receber, e tire um tempo na sua agenda para analisar as respostas que receber. Em paralelo, tente entender e listar os elementos que sua organização oferece às pessoas que podem estar apresentando sinais de burnout.


No próximo post, analisaremos os resultados e ações possíveis para endereçar os casos potenciais de burnout em sua equipe.




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